4.7.05

por onde ando

de azul ondas e gaivotas para Seoul, Tóquio, Quioto, Tóquio, Seoul, Andong, Gyeongju, Busan, Daejeon, Seoul, pairando uns dias, 30, pela cidade. pode ser que aterre. dava jeito. mesmo.

28.6.05

habitantes cá de casa II

- orquídea

- um cacto novo
floriram os 3
- rosmaninho - coentros
finalmente
(o tomillho e o manjerição não nasceram; temporariamente viveu uma barata na casa de banho. três dias sem pedir licença sequer. três dias até eu tomar uma atitude. sim, das grandes, vermelha, das que voam. esta era a parte que não se dizia. e claro a osga que vive no vaso da varanda da frente entre as violas olhando o castelo. gosto da osga. a oliveira continua em projecto. entretanto apaixonei-me por um cacto... um dia destes) (não há baixas a assinalar em relação ao post anterior)

17.6.05

quantos copos de água destilados diante um computador com vista para o rio?

29.5.05

Férias precisam-se

lugares especiais. podiam ser novamente por aqui.
mas, hoje, outros olhos fitam o calor destas rochas vermelhas.

26.5.05

Bate-me à porta, em mim, primeiro devagar. Sempre devagar, desde o começo, mas ressoando depois, ressoando violentamente pelos corredores e paredes e pátios desta própria casa que eu sou. Que eu serei até quando. Herberto Helder, Ou o Poema Contínuo

Prazeres que permanecem:

Depois do inicio da época das cerejas já me perdi pela feira do livro.

Hoje enlouqueci. Sentindo-me nada, saí de casa decidida a ser livre. Saí pela noite das profundezas onde vivo perdida de mim. Saí para voar. Podia ser a última noite, mas ia voar. Atravessei Lisboa pelo meio dos carros, sem me desviar, olhando-os nos olhos quando se dirigiam para mim. Marquês de Pombal, véspera de feriado à noite. Com uma garrafa vazia na mão ousei ser livre. E, no meio dos carros atónitos ao verem-me passear sem destino, no meio do trânsito, sem respeitar as regras que se aprendem na infância, não sentia os olhares nem os risos de quem me via ao longe, do passeio, esperando a sua vez de atravessar a estrada. Atirei a garrafa que rebolou sem se partir, corri atrás dela, voltei a agarra-la. Caminhei por entre os faróis sem medo. Depois de tudo ter perdido, o medo desvaneceu-se. Na minha liberdade não havia espaço para os comentários que iam surgindo em quem me via, comentários que não ouvia: -Está louca -Estaremos nós todos loucos? Apenas ausência. Esquecimento.
Vazio.

3.5.05

e sE...

E se...

e se tudo se desvanecesse. e se tudo o que quero, tudo em que acredito, tudo o que mais amo, simplesmente desparecesse, se desfizesse diante mim... e se tudo o que sempre quis, sonhei, amei, perdesse o sentido, se esvaziasse de tudo e eu me perdesse e se eu destruisse tudo o que amei, tudo o que quis ser, sonhei num copo de bom vinho do Porto. Grito, ninguém, me ouve. Sem te conhecer amo-te, como nunca amei ninguém, quero-te como nunca quis ninguém. Mas nada és, és o sem sentido. Deixo-te, como nunca ninguém amei alguém. Choro-te, a ti que sempre serás meu, a ti cujo rosto nunca conhecerei. E tudo passa ao meu lado, e eu, sempre (para sempre?) fico do lado da indiferença. Do lado que sempre sabe, sem nunca sentir. Olho-te, tudo muda, julgo sentir... mas não, apenas tu, tu a quem amo, sabes, sentes...
E eu, eu como sempre vivo feliz, a minha vidinha... E tu, com quem olhei Tinguely... E se...