Cartas
Há muito, muito tempo atrás escreviam-se cartas para os amigos. Nas folhas dos cadernos das aulas mais aborrecidas ou com a porta do quarto fechada, em folhas com desenhos de fundo ou em papel higiénico. Qualquer lugar e hora serviam. Cartas muitas vezes com letra quase ilegível, com erros ortográficos por quase nunca serem relidas.
Tenho uma certa pena de não ter comigo as cartas que enviei. No tempo das cartas, o que escrevia eram pedaços de vida que oferecia, porque sei agora, esqueci quase tudo, restam apenas alguns vestígios de tanta coisa. E quem os tem, quem tem esses pedaços que juntos formam a minha vida, que vou construindo e esquecendo a cada instante. Quem tem esses pedaços são os meus amigos, outros estão nas mãos de pessoas que já esqueci ou que já me esqueceram, muitas certamente no lixo.
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