3.12.08

locais

que nos marcam, que nos adoptam. voltas e mais voltas e sem reparar estamos de novo lá.

28.11.08

e de novo as nuvens

voam pela minha janela. E de novo olho o céu e sinto palavras. Estarei a regressar à vida? Quem serei? Desconheço-me a cada dia.

7.10.08

Caem as primeiras chuvas

E eu continuo sentada no mesmo lugar. As plantas cresceram.

19.9.08

letras

Saio todos os dias de casa depois do teu beijo. Olho a montra sempre igual dos chineses, desço a travessa de Santa Marta. O prédio em obras obriga-me a um desvio, passo por uma tasca e em frente sempre os mesmos 3 homens de barriga e bigode. Conversam. Calam-se quando passo e olham-me. Continuo e escolho a rua por onde desço até à rua de Santa Marta. O senhor da sapataria, com a sua pastinha de pele castanha, fecha a porta depois de mais um dia. Espreito as montras dos sapatos, os vestidos da Prada. Para dentro queixo-me: deviam mudar as montras mais vezes, para quebrar a minha monotonia. Avenida da liberdade abaixo. Na esquina todos os dias dois rapazes distribuem panfletos dos restaurantes Indian Star e do Hymalaia. Já me conhecem. Cumprimento o rapaz simpático do Hymalaia. Questiono-me sobre o que se passará com a velhota que custumava estar a pedir esmola debaixo das arcadas. Peço a senha, visto-me e vou para mais uma aula de ginástica com música sempre estridente, sempre igual. Esqueço-me de tudo, sou apenas um corpo. Banho, regresso a casa pelas mesmas ruas, agora já noite. Um beijo, o jantar, outro beijo e volto às letras. Tu dormes. Mais tarde eu vou dormir, acordar, voltar às letras e sair depois do teu beijo...

3.9.08

Urgente

Precisam-se palavras

1.9.08

Haverá fim?

ou serão estas páginas e estas letras o infinito?

21.8.08

O tempo parou

O número dos dias e dos anos vai mudando no calendário. Mas neste quarto, hoje é igual a ontem, ao mês passado. Apenas o número de páginas varia e, de tempos a tempos, um tick na lista de coisas a escrever, de artigos a ler.

18.8.08

Perdi as palavras.

Encho páginas de letras e tudo se resume a isso. Páginas em branco cheias de letras, pretas em páginas brancas. Crescem as letras, as páginas, passam-se dias, meses. E mais nada. Não surgem as palavras. Preciso acordar.

24.6.08

Mais um ano

Ou simplesmente mais um dia, plano, interminável. Sem fim, sem tempo. Dias planos, sem palavras. Uma passagem pelo Annapurna Sanctuary e pelas ruas cheias de vida de Kathmandu. Dias passados sempre aqui, de volta da minha carta mais longa.