22.5.04

Sonhei mesmo que voava

Um dia, há já muito tempo, já nem lembro quando. Um dia sonhei que voava. Um dia em que a felicidade englobava muito mais do que tudo aquilo que normalmente é. Voava no mundo. Livre. Como uma nuvem que toca as montanhas mais altas. Que poucos ousam tocar. Uma nuvem que passa, desfaz-se. Nada é e tudo muda. Vai onde quer. Deixa-se abraçar e amar pelo vento. Corre o mundo. Sem nada ter. Sem nada ser. Até, cansada, se fazer em lágrimas, talvez de tristeza, talvez de alegria. Talvez apenas lágrimas. Lágrimas que tocando o mundo o tranformam em vida. Sonhei que voava. Fazia da incerteza a minha grande certeza e com ela era livre. Voava só.

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