14.12.04

As grandes histórias são aquelas que já ouvimos e queremos voltar a ouvir. Aquelas onde podemos entrar e morar confortavelmente. Não nos enganam com calafrios e finais acrobáticos. Que não surpreendem com o imprevisto. Que são tão familiares como a casa onde moramos. Ou o cheiro da pele de um amante. Sabemos como acabam, porém ouvimo-las como se não o soubessemos. Tal como, embora sabemos que um dia havemos de morrer, vivemos como se não o soubessemos. Arundhati Roy in O Deus das pequenas coisas

7.12.04

Com um lápis desenhava a minha vida até à Felicidade...
se soubesse desenhar...
(para depois me perder)
Para deixar os MEDOS
(para poder sempre voltar a um desses dias já desenhados)
(para lhes poder fugir...)

4.12.04

Uma casa para a possuirmos, temos que nos confundir com ela. Al Berto in Anjo mudo

2.12.04

depois de mais uma noite sem sonhos que o chá não tornou mais nítidos.
e a chuva, como sempre, nada limpou.
talvez apenas porque esteve sempre sol....

28.11.04

É quase Natal...

23.11.04

Há quanto tempo viajamos? Para quê? se já não reparamos nas paisagens. Atravessámo-las da mesma maneira que a solidão nos obrigou a percorrer essas outras paisagens de cinza que sobrevivem na memória. Viajamos porque é necessário enfrentarmos o desamparo dos dias, ao mesmo tempo que procuramos um lugar e nele ansiamos por um regresso. Al Berto in O Anjo Mudo

18.11.04

Um Mapa…

perde-lo-ia numa praia ao fim do diA.

perde-lo-ia nessa noite em que o tempo foi escorrendo entre palavras e gestos (con)sentidoS.

somente para sentir o vento, o frio que cortA. somente para imaginar, esperar e acreditar no que apenas foi imaginadO.

apenas para me perdeR. para te encontraR.

13.11.04

Feliz quem não exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto dos gatos, que buscam o sol quando há sol, e quando não há sol o calor, onde quer que esteja. Bernardo Soares in Livro do Desassossego

7.11.04

5.11.04

Sentada em frente ao computador, olhando para trás, para o trabalho feito. E a cidade, hoje muito branca, de muitos tons cinzentos. Por instantes dou por mim a voar. Quem serei eu amanhã, quando acordar?