19.6.09

E mais uma vez fiz a mala...

Enchi-a de tudo o que tinha. Os cactos ficaram na varanda. Têm sol, que mais precisam? Esperam-me. As outras flores mudaram-se, umas para longe, outras para a varanda ao lado. Tudo o resto coube dentro de uma mala.
Comecei dias novos, sem descontinuidade, sem vazios. Voltei a voar. Uma roseira vive na minha nova janela.

20.2.09

Cambridge:

ou mais uma variavel no sistema...

turbulência

Sentimentos que se atropelam, de repente a vida volta. Depois de meses sem dar sinal, tudo acontece. Londres ou Eindhoven, concentração de solvente, analogia de Chilton-Colburn. Uma tese, uma defesa. O passado e o futuro que se juntam no presente, espaços que coincidem. Narcisos em botão, a praga de pulgões na salsa e um cacto a florir que me faz sorrir. Falta uma eternidade ou um segundo para amanhã. 

14.1.09

A estrela do BBVA já não existe. As luzes da cidade acenderam-se de tons frios para receber o Natal. Entrou-se no novo ano. Novo, dizem. As páginas do calendário chegaram ao fim. A parede permanece em branco. De resto nada de novo. Já nem o desejo de novidade, que cresce, que tem dias em que quase me sufoca, é novo.

3.12.08

locais

que nos marcam, que nos adoptam. voltas e mais voltas e sem reparar estamos de novo lá.

28.11.08

e de novo as nuvens

voam pela minha janela. E de novo olho o céu e sinto palavras. Estarei a regressar à vida? Quem serei? Desconheço-me a cada dia.

7.10.08

Caem as primeiras chuvas

E eu continuo sentada no mesmo lugar. As plantas cresceram.

19.9.08

letras

Saio todos os dias de casa depois do teu beijo. Olho a montra sempre igual dos chineses, desço a travessa de Santa Marta. O prédio em obras obriga-me a um desvio, passo por uma tasca e em frente sempre os mesmos 3 homens de barriga e bigode. Conversam. Calam-se quando passo e olham-me. Continuo e escolho a rua por onde desço até à rua de Santa Marta. O senhor da sapataria, com a sua pastinha de pele castanha, fecha a porta depois de mais um dia. Espreito as montras dos sapatos, os vestidos da Prada. Para dentro queixo-me: deviam mudar as montras mais vezes, para quebrar a minha monotonia. Avenida da liberdade abaixo. Na esquina todos os dias dois rapazes distribuem panfletos dos restaurantes Indian Star e do Hymalaia. Já me conhecem. Cumprimento o rapaz simpático do Hymalaia. Questiono-me sobre o que se passará com a velhota que custumava estar a pedir esmola debaixo das arcadas. Peço a senha, visto-me e vou para mais uma aula de ginástica com música sempre estridente, sempre igual. Esqueço-me de tudo, sou apenas um corpo. Banho, regresso a casa pelas mesmas ruas, agora já noite. Um beijo, o jantar, outro beijo e volto às letras. Tu dormes. Mais tarde eu vou dormir, acordar, voltar às letras e sair depois do teu beijo...

3.9.08

Urgente

Precisam-se palavras

1.9.08

Haverá fim?

ou serão estas páginas e estas letras o infinito?